Empresário estipulou prazo para colocar um dos principais clubes de MT na elite do futebol brasileiro
“No fundo do poço”. O empresário Dorileo Leal tem na ponta da língua a definição para a situação do Mixto em fevereiro deste ano, quando ele assumiu o comando do time ao lado do jornalista e ex-senador Antero Paes de Barros.
Considerado um dos mais tradicionais clubes de Mato Grosso e com mais de 20 títulos estaduais, o Mixto vinha de constantes renúncias de presidentes e mergulhado em dívidas trabalhistas.
Em menos de quatro meses, a dupla, apoiada pelo presidente Vinícius Falcão, conseguiu reestruturar o time e obteve o acesso à elite do futebol estadual em 2023, além de se consagrar campeão da 2ª divisão do Campeonato Mato-grossense.
Com contrato de 10 anos com o clube, os empresários querem reescrever a história do Tigre de Vargas e colocá-lo na Série A do Brasileirão.
“Nosso contrato para dirigir o Mixto é de 10 anos. Em seis anos, nosso objetivo é colocar o Mixto na Série B do Campeonato Brasileiro. Depois disso, nossa meta será encerrar o contrato com o Mixto na Série A do Brasileirão”, afirmou.
Ainda na entrevista, o empresário cutucou o Cuiabá e afirmou não ter dúvida de que o Mixto tem maior torcida que o Dourado.
Leia os principais trechos da entrevista
MidiaNews — Com quantos reais em caixa o senhor encontrou o Mixto?
Dorileo Leal — Nós encontramos o Mixto no fundo do poço, não só em relação ao caixa que estava zerado, mas também em relação à estrutura. O Mixto não tinha um esparadrapo. Não tinha um jogador, um uniforme, um calção, uma meia, uma camiseta nem para treinar. Uma história tão bonita que tem o Mixto, chegar nessa situação… Graças a Deus as coisas estão melhorando.
MidiaNews — Qual a meta do Mixto no médio e longo prazo?
Dorileo Leal — Nós temos traçados alguns objetivos. Fizemos o planejamento de primeiro conquistar o nosso acesso à Série A do Campeonato Mato-grossense do ano que vem, ou seja, retornar o Mixto do lugar que nunca deveria ter saído, que é a elite do futebol mato-grossense. E conseguimos.
Depois, o segundo objetivo nosso era a conquista da segunda divisão para começar a resgatar a verdadeira história do Mixto e, graças a Deus, conseguimos o título.
E, importante dizer, que conseguimos um título invicto. O Mixto não perdeu nenhum jogo. Foi o melhor ataque, melhor defesa, teve artilheiro do campeonato. Os números do Mixto na segunda divisão do Campeonato Mato-grossense são muito expressivos. E assim começamos a resgatar a verdadeira história do Mixto Esporte Clube.
Agora, nosso objetivo é conseguir, através da Copa FMF 2022, a vaga para a Série D do Brasileirão e também da Copa do Brasil.
Nosso contrato para dirigir o Mixto é de 10 anos. Em seis anos, nosso objetivo é colocar o Mixto na Série B do Campeonato Brasileiro.
Depois disso, nossa meta será encerrar o contrato com o Mixto na Série A do Brasileirão.
MidiaNews — Como foi ver o Dutrinha lotado nas rodadas decisivas da segunda divisão?
Dorileo Leal — Foi um momento ímpar, de muita alegria, de muito orgulho, de muita festa rever o Dutrinha recebendo um grande público como recebeu nas semi-finais e finais do campeonato. A torcida do Mixto reencontrou com seu time, abraçou seu time, abraçou seus jogadores e realizou uma festa há muito tempo não vista nos estádios de Mato Grosso. A torcida do Mixto é apaixonada, vibrante, joga com seu time, abraça seu time 90 minutos. Não é uma torcida crítica, é uma torcida de apoio realmente. E demostrou mais uma vez que é indiscutivelmente a torcida mais vibrante do Estado de Mato Grosso.
E o Dutra escreveu uma nova página na sua história, ou seja, reencontrou-se com o verdadeiro Mixto nesta segunda divisão do Campeonato Mato-grossense.
MidiaNews — O senhor considera possível que o Mixto volte a ser protagonista no futebol mato-grossense?
Dorileo Leal — Tenho convicção que o Mixto voltará a ser protagonista. Aliás, já foi na segunda divisão. E o Mixto está se preparando para ter novamente grandes jogadores, a revelar ídolos. Vamos investir fortemente na base.
Acho que o Mixto está reescrevendo a sua história. Eu não tenho dúvida nenhuma que com essa torcida espetacular que tem e com os times que serão montados daqui pra frente, o Mixto voltará a ser protagonista sem dúvida nenhuma no futebol de Mato Grosso.
MidiaNews — No ano que vem, Mixto e Cuiabá vão se enfrentar na Arena Pantanal. Acha que será um bom momento para o Mixto mostrar que tem a maior torcida em Cuiabá?
Dorielo Leal — Confesso que estamos ansiosos para reencontrar os históricos adversários do Mixto. Mas especialmente o Cuiabá porque há essa polêmica, essa discussão de quem tem a maior torcida. Para mim não há dúvida. Historicamente o Mixto sempre foi a grande torcida de Mato Grosso e tem provado isso. O Mixto na segunda divisão está fazendo público às vezes superior ou muito próximo daquilo que o Cuiabá está fazendo na Série A do Campeonato Brasileiro ou que fez ao decidir o Campeonato Mato-Grossense onde foi campeão.
Quer dizer, não há comparação, com todo respeito ao Cuiabá e aos seus torcedores, mas não há comparação alguma nem de tamanho, nem de paixão, nem de comprometimento e nem de amor entre a torcida do Mixto e a do Cuiabá.
Eu tenho certeza que o encontro do Cuiabá com o Mixto será apenas a confirmação de que a torcida do Mixto é infinitamente maior do Cuiabá.
Aliás, já tivemos o primeiro encontro no feminino, Campeonato Brasileiro Série A3 onde o Mixto despachou o Cuiabá por 4 a 1, uma goleada e tirou o Cuiabá do Campeonato Brasileiro. E assim vamos começar a escrever uma nova história contra o Cuiabá.
MidiaNews — Acha que, sob a nova administração, o Mixto poderá ameaçar a hegemonia do Cuiabá?
Dorileo Leal — Estamos longe de ameaçar a hegemonia do Cuiabá. O Cuiabá recebe milhões no Campeonato Brasileiro das emissoras de televisão, de premiação, enfim. Então, não dá para fazer esse comparativo hoje.
Mas, o caminho não é tão longo assim. Se o Mixto acessar a Série D que nós temos muita confiança, nós estaremos muito próximo do Cuiabá. Ficaremos separados apenas pela Série C e B. Isto se o Cuiabá se mantiver na Série A porque se continuar com esse desempenho que vem tendo, o Cuiabá passa ser um sério candidato a cair para a Série B. E, se isso acontecer, ficará mais próximo de uma equiparação com o Mixto que espero que esteja sempre numa crescente em busca da elite do futebol brasileiro também.
MidiaNews — O senhor era repórter na era de ouro do futebol mato-grossense, quando o Verdão lotava. Acredita que estes tempos podem voltar um dia?
Dorileo Leal — Eu tive a sorte e Deus me permitiu vivenciar como ser humano e profissional de rádio esportivo os áureos tempos do futebol mato-grossense no Estádio Governador José Frageli, o Verdão. Eu trabalhei e assisti muitos clássicos locais entre Mixto e Operário principalmente com mais de 40 mil de pessoas no estádio, ou seja, clássico doméstico com mais de 40 mil pessoas. Isso atesta que o torcedor cuiabano e mato-grossense é muito apaixonado pelo futebol e isso nos motiva e faz com que a gente acredite que é possível voltar aos bons tempos do futebol mato-grossense.
Se fizermos futebol com seriedade, com comprometimento, com honestidade acima de tudo, adotando a célere frase de que o futebol precisa de quem não precisa do futebol, eu tenho certeza que nós ainda veremos a Arena Pantanal lotada de torcedores assistindo clássicos locais. Eu tenho essa confiança e diria até que uma certeza porque vai depender muito do desempenho do Mixto, do Operário, do Dom Bosco, do próprio Cuiabá para que a gente volte a viver esses grandes momentos na Arena Pantanal, essa belíssima praça esportiva que merece também receber os clássicos da nossa terra. Eu sou otimista e esperançoso e tenho muita fé que isso vai ocorrer e não muito distante daqui.
Fonte: Thaiza Assunção/Midia News
Muito bem, planejamento e atitude e o Mixto vai subindo, parabéns à gestão e à diretoria, e a torcida espera um planejamento radical, e nos parece que clube está com este pensamento agora. Quem se lembra do elenco do Mixto na Série D, e que perdeu de bobeira a vaga pra Série C pro América de Manaus por causa de um golzinho que levou. Ou seja, o Mixto fez 3 gols e levou um que não podia levar. Ataque que cumpria seu papel, mas com defesa frágil veio o desequilíbrio nos resultados. E a consequência foi ficar sem série alguma. Muito caro. Mesma coisa os dois gols de virada que levou da Chapecoense faltando pouco mais de dez minutos para terminar a partida.
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