Clubes alegam que não pode haver rebaixados se não houver acesso e — sem realização da Segunda Divisão — futuro do Mato-grossense pode ser decidido no Ministério Público (Foto: MPE) |
Caso não seja realizado a Segundona deste ano por causa do apertado calendário por causa do coronavírus, é possível que o próximo Mato-grossense seja disputado apenas com oito clubes que estão classificados para o mata-mata — Cuiabá, Operário Várzea-grandense, União de Rondonópolis, Sinop, Nova Mutum, Dom Bosco, Poconé e Luverdense. Por isso, a federação irá consultar o Ministério Público Estadual (MPE) sobre o que fazer com o acesso e descenso. O presidente da entidade Aron Dresch sempre desejou um Estadual mais enxuto, com no máximo oito times.
Neste cenário de indefinições, os rebaixados Araguaia e Mixto podem até mesmo serem perdoados e sejam mantidos na elite por causa da excepcionalidade por conta da doença, que vem fazendo vítimas em Mato Grosso.
Diante de quadro cheio de indefinições em relação ao atual calendário por causa da pandemia do novo coronavírus, o futebol profissional de Mato Grosso deve recorrer à Justiça para definir como será à próxima temporada.
Restando apenas cinco meses para fechar o ano de 2020, a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) correrá contra o tempo para realizar suas principais competições. A prioridade é encerrar o Campeonato Mato-grossense da Primeira Divisão, interrompido na primeira fase. Contudo, a entidade está preocupada se dará tempo suficiente para a realização da Segunda Divisão deste ano, torneio responsável em indicar os novos integrantes da elite para 2021.
Caso não tenha espaço no calendário, a federação irá recorrer ao Ministério Público Estadual (MPE) para decidir como será desenhado o acesso e descenso. O objetivo é cumprir à risca o que manda o Estatuto do Torcedor em relação ao acesso e descenso dentro de campo e a entidade deseja não dar brecha para imbróglio jurídico.
Não será novidade alguma o MPE decidir o destino do futebol em Mato Grosso. Em 2017, a entidade também buscou amparo jurídico para ascender Poconé e Ação para fazer parte da Primeira Divisão de 2018. Na época, apenas os dois clubes foram os únicos que desejaram disputar o torneio.
Mixto analisa recurso
Apesar da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) buscar um entendimento quanto ao término do Campeonato Mato-grossense deste ano, a tendência é que o principal torneio da modalidade no Estado seja ‘melado’. Isto pelo fato de um ensaio da diretoria do Mixto estar estudando a possibilidade de contratar uma banca de advogados para tentar livrar o clube do rebaixamento à Segunda Divisão do próxima temporada.
Nos bastidores, membros da diretoria vem consultando jurídicos na possibilidade de recorrer contra a queda. No entendimento dos dirigentes, a federação está atropelando regulamento do Campeonato Mato-grossense da Primeira Divisão ao convocar, via videoconferência, apenas oito classificados para a segunda fase, sem a presença do Mixto e do Araguaia. Em plena crescente da pandemia do novo coronavírus em Mato Grosso, para os mixtenses, a entidade deveria convocar todos os dez participantes para debater o futuro da competição e não os oito classificados.
“A federação está passando por cima da excepcionalidade. Com o Brasil todo em calamidade pública em todos os setores por causa da doença, muita coisa tem que ser revista e discutida”, disse um dirigente alvinegro, que pediu sigilo de sua identidade por que o assunto é tratado como sigilo.
Recentemente, a federação decidiu que o Estadual será retomado no fim deste ano.