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Servidores públicos, um vereador, advogado, secretário de estado que virou delator, dentista, bancário, dois professores. Nos últimos 15 anos o Mixto Esporte Clube poderia muito bem ter conquistado um lugar no ’Guineess Book’ - o famoso Livro dos Recordes, afinal, foi o clube que mais presidentes teve em tão pouco tempo na história do futebol brasileiro. Foram 16 em 15 anos, a
contar do ano 2000.
Desde a conquista do título estadual de 1996, na gestão de Orlando Fernandes Craici, o clube tem sofrido para encontrar uma diretoria competente e montar equipes competitivas, a altura de sua história e tradição. Após a gestão Craici, que concluiu o mandato em abril de 2000, após 13 anos no cargo, o clube foi dirigido pelo ex-jogador de futsal e bacharel em educação física Wilson Bregunci, que durou pouco tempo no cargo (2001/2002), não concluindo o mandato. Na época foi bastante criticado por ter mandado o time se retirar de campo, em 2001, na primeira final do Estadual contra o Juventude, após um erro da arbitragem. O time de Primavera do Leste venceu por 4 x 2 e faturou o caneco por um WO na partida de volta. Em 2004, o ex-jogador e empresário Márcio Pardal, filho do ex-conselheiro Armindo Carreto Pardal assumia o clube, também por pouco tempo. No ano seguinte, Fabinho, outro ex-jogador, assumiu o cargo, permanecendo até maio de 2006. Um mês depois (maio/2006)o bancário Valdir Leite Silva era eleito em junho, mas ficou só três meses (renunciou ao cargo em setembro).
Em seguida, José Luis Paes de Barros (ex-presidente do clube) que presidia o Conselho Deliberativo assumiria interinamente, até o servidor público Reginaldo Amorim ser eleito em dezembro. Mas em 2007 Amorim renunciaria no mês de setembro, para dar lugar ao vereador Júlio Pinheiro, eleito no mês de outubro. Pinheiro, apesar de ter prestígio político, montou uma equipe caseira, sem estrelas, onde os destaques eram o volante Bogé e o meia ofensivo Fernando, que mais tarde seria transferido para o Flamengo, numa negociação onde o clube não lucrou nenhum centavo, e, apesar das dificuldades, superou o União, em pleno Luthero Lopes, para ser campeão estadual após um longo jejum de 12 anos.
Mas, após o título, Pinheiro abandonou o clube e em abril de 2009 renunciaria ao mandato. Márcio Pardal assumiria em abril, para renunciar em novembro de 2010. Numa eleição com apenas dois candidatos o Conselho escolheu o advogado João Amuí no mês de dezembro daquele ano, numa disputa com o jornalista Orlando Antunes. Em fevereiro de 2011 João Amuí renunciava para Hélio Machado, presidente do Conselho Deliberativo, assumir interinamente. Reginaldo Amorim, novamente eleito em março, renunciou em julho de 2011. Em agosto do mesmo ano, Hélio Machado era eleito.
No ano de 2012 Hélio Machado deixou o cargo em abril, após Júlio Pinheiro ter desistido de permanecer ao cargo para qual fora eleito novamente. Em julho de 2013, Hélio Machado renunciaria novamente, até o supersecretário de Estado, Eder Moraes ser eleito em junho. Com idéias megalomaníacas, Moraes iniciava uma trajetória que parecia revolucionar o clube, com contratações de impacto e investimentos na ordem de R$ 5 milhões, que não deram em nada.
No ano de 2014 Eder Moras renunciava ao cargo em julho, após ter sua prisão decretada pela Justiça e se tornar delator nas operações da Polícia Federal. Elber Rocha, então presidente do Conselho Deliberativo assumia interinamente; em seguida Cristino Batista, eleito presidente do Conselho.
Em novembro de 2014, faltando dois meses para o início do Campeonato Mato-grossense do ano seguinte, nenhum candidato se habilita para disputar a presidência do clube, até que o torcedor Paulo César Camargo - o Gatão é eleito com a voto da maioria, como candidato único.
Em menos de um ano de gestão, enfrentou forte resistência do Conselho Deliberativo, que renunciou em peso, ao não concordar com a falta de ‘transparência’ e diálogo, mas nessa guerra de vaidades, só o torcedor e a instituição saem perdendo. Atualmente o departamento de futebol do clube está terceirizado para gestores de Campinas-SP. Na semana passada um atleta de 21 anos, contratado em Curitiba-PR, denunciou dois empresários ligados ao clube e aos gestores as autoridades, como a Procuradoria do Ministério do Trabalhado, Tribunal de Justiça Desportiva e à Polícia Civil, alegando que estava sendo extorquido pelos empresários. O clube nega qualquer ligação com os tais empresários, que deixaram a república onde os atletas moram após a denúncia.
A diretoria divulgou nota oficial no site do clube, contestando a denúncia e afirmando que o clube não tinha qualquer vínculo com o denunciante. Na quarta-feira o denunciante recebeu um telefonema dos dirigentes, pedindo que ele fosse até Chapada dos Guimarães para assinar a rescisão contratual - documento que comprova o vínculo empregatício. Não concordando com o esquema montado em Chapada, e a ingerência de pastores que queriam escalar o time, o técnico Gilmar Ferreira entregou o cargo. Proibido de falar pelo clube e censurado pelos gestores e sua própria diretoria, o presidente Gatão anunciou que deixará o cargo após a Copa FMF que está em andamento. Será o 16º presidente em 15 anos, o 12º a renunciar.
Oliveira Júnior / Jornal A Gazeta
13/10/2015
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