O Mixtonet inaugura com essa postagem a coluna de opiniões. A ideia é ter colunistas que analisam, opinam ou criticam o dia a dia do Alvinegro. E você torcedor também pode participar, enviando seu artigo para contato@mixtonet.com.
Vou falar de bastidores, buscando sempre trazer informações que não costumam circular nos noticiários.
Para começar, quero comentar a semana que se passou. A semana do aniversário de 81 anos do Mais Querido. Uma semana melancólica, longe do que merecia o mais tradicional clube do estado.
Muito pouco a comemorar.
O que temos de positivo nesses 81 anos? Com certeza é a torcida, o maior patrimônio do clube que, mesmo com os vários (des)mandos e (des)governos das últimas diretorias, não sumiu e nem parou. A recém-inaugurada Loja Oficial do Mixto também deve ser um fator de orgulho, apesar de ameaçado por não acompanhar uma campanha de marketing e um time em campo. Só.
Do resto, preocupação e dor de cabeça.
No último Campeonato Mato-grossense o Alvinegro brigou para não cair. E teve diretor se vangloriando com isso. Oras bolas. O Mixto é (ou deveria ser) time para brigar pelo título.
Patrocínios? O Mixto não teve em 2015. Aliás, teve ajudas pontuais, mas nenhum patrocínio máster. Para não citar o Cuiabá e Luverdense, que estão à frente no quesito profissionalismo, lembramos que o Dom Bosco e o rival Operário tiveram.
Os cartolas do Tigre sempre tinham uma desculpa na ponta da língua: "o Mixto não tem credibilidade"; "as últimas diretorias deixaram o clube sem moral"; "ninguém quer patrocinar por conta das dívidas que as últimas diretorias deixaram"; etc... Aí eu pergunto: quando esses diretores decidiram assumir o Alvinegro achavam que ali não tinha dívida? Achavam que o clube estava cheio de credibilidade?
Sócio torcedor? Sem mais ou menos decidiram abandonar.
O problema é que a atual diretoria assumiu o Mais Querido sem nenhum projeto real. Como se fosse um clube de bairro, amador. Não existia - e não existe - um plano para retomar a credibilidade do Mixto, um plano comercial e de marketing para atrair parceiros, investidores.
O caminho adotado foi o contrário. Fazer rifas, leilão, almoço, jantar e cotizar entre os amigos. Só faltou um bingo.
A política do ”pires na mão” é o método de governo dos diretores do Tigre. Evidente que não teria sucesso.
A receita é simples: pedir ajuda (financeira) aos torcedores, e quem não ajudar a gente sai dizendo que não é mixtense. E quando alguém questionar a forma como o clube é administrado, é só pegar o microfone e dizer: Assumimos o Mixto por que não tinha ninguém para assumir. Subliminarmente estão dizendo: aceitem o que temos e não reclamem, pois ou é isso ou o Mixto acaba. Uma falsa verdade, propositalmente plantada para iludir e enganar o torcedor. Escondem que existia um grupo de conselheiros que negociava com a justiça do trabalho para um convênio que viabilizaria o Mixto contabilmente (primeira ação para buscar patrocínios) e uma negociação com a conceituada agência de marketing FCS. Entreguei pessoalmente uma carta no dia da eleição alertando que a parceria com o Grupo Gebara (aposta da atual diretoria) era uma furada e que tínhamos que prorrogar a eleição para avaliar melhor o que fazer. Mas não ouviram e deu no que deu.
Enquanto Cuiabá e Luverdense avançam, nestes 81 anos ainda continuamos torcendo pelo profissionalismo bater a porta do querido Alvinegro da Vargas.
25/05/2015
Integrante do Conselho Deliberativo do Mixto e membro da Torcida Boca Suja
fabioramirez.com@gmail.com