Foto: Tony Ribeiro/MidiaNews |
Evento realizado pela Coca-Cola em cada uma das 27 capitais brasileiras e o Distrito Federal, o Tour da Taça é uma oportunidade dada aos torcedores que quiserem admirar o troféu que será dado à seleção que vencer o Mundial de 2014, no Brasil.
Em Cuiabá, a taça será levantada pelo ex-jogador Carlos Alberto Torres, lateral-direito e capitão da Seleção Brasileira na conquista do tricampeonato mundial, em 1970, no México.
Em visita ao site MidiaNews, Ruiter, que foi jogador do Mixto por quase 13 anos – também com passagens pelo Operário de Várzea Grande e União de Rondonópolis – disse ter ficado “emocionado” com o convite.
“Fiquei muito emocionado e lisonjeado, porque eu acho que a gente já teve muitas alegrias no futebol, fomos campeões várias vezes. Receber essa homenagem é algo indescritível”, afirmou.
Ruiter, que também disputou outros campeonatos por times de outros estados, conta que começou sua carreira ainda adolescente, em 1958, aos 16 anos de idade.
“Aos 17 anos fui campeão pelo Mixto, em 1959. Anos depois joguei em São Paulo, disputei o Campeonato Paulista na mesma época em que o Pelé. Joguei futebol profissional durante 22 anos, quando a média boa de um jogador é de 12 a 13 anos”, contou.
O ex-jogador relembrou a “época de ouro” do futebol mato-grossense, tendo participado do início do Estádio Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, quando o local vivia lotado de torcedores e as equipes passaram a clamar por uma praça melhor de jogo, o que resultou na construção do antigo Verdão.
“Tive a oportunidade de participar da pré-inauguração do Verdão, em 1975, jogando pela Seleção Mato-grossense contra o Flamengo. Com o Verdão, nosso futebol ganhou mais público. Os jogos regionais tinham público de 10 a 15 mil pessoas. Em 1978, houve uma partida entre Mixto e Operário que teve 45 mil pessoas”, recordou.
Declínio do futebol
Segundo Ruiter, o futebol de Mato Grosso entrou em declínio nas décadas de 1980 e 1990, devido a uma série de fatores: a transmissão ao vivo das partidas de futebol, que antes eram proibidas, uma má gestão da Federação Mato-Grossense de Futebol e a falta de investimentos e gestões dos clubes locais.
“Quando houve a transmissão direta de várias partidas, o pessoal preferiu ficar no conforto de casa, o que foi afastando as pessoas dos estádios. Além disso, a má-gestão da Federação também contribuiu, porque temos um presidente com quase 40 anos no comando do futebol de Mato Grosso. Não que o Carlos Orione seja ruim, ele já fez muita coisa boa, mas essa perpetuação, esse continuísmo, não permite mudanças. Essa 'mesmice' foi afastando o pessoal do futebol”, opinou.
Arena Pantanal
Para o ex-ídolo do Mixto, a vinda da Copa do Mundo para Cuiabá e a construção da Arena Pantanal ajudam a impulsionar novamente o crescimento do futebol local, que carecia de investimentos.
“Não só acredito que a Arena Pantanal será uma grande indutora do futebol local, eu tenho certeza. Não a curto prazo, claro. Com a criação da Arena, os clubes precisarão melhorar a gestão. A arena será um ponto turístico, oferece muitas condições. Os clubes reclamavam do gramado do Dutrinha e agora não terão mais do que reclamar”, disse.
Ruiter aposta que, no futuro, Mato Grosso pode voltar a testemunhar o aumento do público no estádio, não para torcer apenas para times de fora, mas para embalar o times locais, como Mixto, Operário, Luverdense e Cuiabá.
“A longo prazo, podemos resgatar um pouco do que tínhamos no passado. Se tivermos um público de 8 a 10 mil pessoas já é muito mais do que registrávamos antes. Eu fui técnico do Mixto na década de 1990, quando a Brahma patrocinava o campeonato, e o público não passava de 3 mil ou 5 mil pessoas. Temos que levar o nosso povo para a Arena, para conhecer e torcer pelos nossos times. Para isso, os clubes daqui precisam investir em gestão, em novas contratações”, afirmou.
Lislaine dos Anjos / Mídia News
Parabéns Ruiter Jorge de Carvalho ... Bela entrevista ! Boas verdades.... Saudações Mixtenses! #vivapaixaomixto
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