Presidente do Mixto, Hélio Machado, está deixando a presidência sob críticas à falta de transparência na gestão do clube (Foto: Otmar de Oliveira) |
“Estou reunindo tudo que temos a pagar para deixarmos à presidência do Mixto sem dívida. Não quero criar problema para outras pessoas que prometem conduzir o clube da melhor maneira possível. Acho que até o fim de semana estarei fora do comando do Alvinegro”, afirmou Machado, ressaltando que ainda redigirá a carta da renuncia de quase um ano da mandato.
“Estou abrindo mão de um ano de mandato para o bem do Mixto. O grupo que quer assumir o comando está prometendo muito trabalho, transparência. Torço para que dê tudo certo”, complementou o dirigente, deixando transparecer uma certa mágoa da forma que está saindo. “Têm gente desse Conselho que acha que a minha gestão não é transparente”, ressaltou, evitando ao máximo em citar nomes.
Histórico
Hélio Machado assumiu a presidência do Mixto na metade do ano passado, quando a gestão da extinta Afam deixou de gerir o clube. Mas desde início, ele enfrentou uma profunda crise financeira oriunda de centenas de ações trabalhistas. O ápice foi nesta temporada quando a diretoria deixou acumular quase quatro meses de salários em atraso.
Para complicar ainda mais a situação, o time não foi bem no Campeonato Mato-grossense, ficando na terceira colocação. Contudo, ainda conseguiu assegurar vaga na Série D, onde chegou a disputar às quartas de final do torneio de acesso. A redenção foi a conquista da Copa Mato Grosso, título que recoloca o clube de maior torcida na Copa do Brasil do próximo ano.
“Acho que não fiz uma má administração no clube, que tinha uma enorme dívida com funcionários, ex-jogadores, credores e ações trabalhistas. Mesmo com toda a dificuldade financeira conseguimos fechar o ano com um título importante. Iremos voltar a disputar a Copa do Brasil. Isso é importante para o clube, pois é o retorno no cenário nacional”, frisou.
Isolamento
O atual presidente reclama da falta de apoio de algumas pessoas que dizem torcedores ilustres do Alvinegro da Vargas. “Dizem por aí que sou centralizador. Não tem como descentralizar algumas ações trabalhando sozinho, sem apoio de ninguém. Só eu fiz trabalho voluntário. Outras pessoas que me ajudavam são remuneradas”, disse, destacando que é a favor de remuneração a dirigentes que lidam com o futebol profissional.
“Hoje ninguém trabalha de graça, tem que ter remuneração. Não tirei um centavo do Mixto. Pelo contrário, as vezes tive que tirar do meu próprio bolso para quitar dívida”, finalizou Hélio Machado, que também já foi treinador do clube por várias oportunidades.
Fonte: Luiz Esmael / Jornal A Gazeta
20/11/2012