Secretário-chefe da Casa Civil e presidente da Afam, Éder Moraes, diz que só aceita assumir a FMF neste momento
Oliveira Junior/A Gazeta
De vendedor de salgados nas ruas de Cáceres a homem forte do governo Blairo Maggi, o economista e ex-gerente bancário Éder Moraes vem anunciando há algum tempo o seu desejo de assumir a presidência da Federação Matogrossense de Futebol (FMF), com a promessa de profissionalizar a entidade com o que ele mesmo chama de um ‘choque de gestão’. Mas a sua pretensa candidatura já enfrenta oposição, como a de Helmute Lawisch, presidente do Luverdense, e de Altair Cavaglieri, atual superintendente da FMF, também pretenso candidato. Ocorre que Moraes não está disposto a encarar as urnas em 2013, quer suceder Orione já. Veja nesta entrevista exclusiva o porquê
De vendedor de salgados nas ruas de Cáceres a homem forte do governo Blairo Maggi, o economista e ex-gerente bancário Éder Moraes vem anunciando há algum tempo o seu desejo de assumir a presidência da Federação Matogrossense de Futebol (FMF), com a promessa de profissionalizar a entidade com o que ele mesmo chama de um ‘choque de gestão’. Mas a sua pretensa candidatura já enfrenta oposição, como a de Helmute Lawisch, presidente do Luverdense, e de Altair Cavaglieri, atual superintendente da FMF, também pretenso candidato. Ocorre que Moraes não está disposto a encarar as urnas em 2013, quer suceder Orione já. Veja nesta entrevista exclusiva o porquê
A Gazeta - Por que o senhor quer presidir a FMF?
Éder Moraes - Entendo que a FMF precisa de um choque de gestão, modernidade e profissionalismo. O Carlos Orione foi imprescindível para o futebol de MT mas possui hoje algumas limitações. Coloquei meu nome à disposição para efetivamente mudar o nosso futebol pra melhor. Reestruturando a Federação e fazendo dela uma entidade capaz de realizar parcerias e com capacidade inclusive de dar contra partidas em novos investimentos, para que isso ocorra faz-se necessário um novo perfil de credibilidade na iniciativa privada e no poder publico, imparcial e com coragem de enfrentar e provocar mudanças. O Carlos Orione continuara sendo referencia e merecedor de todo respeito.
A Gazeta - Quais são suas principais propostas para melhorar o futebol regional?
Eder Moraes - Fazer da FMF uma instituição superavitária, moderna e com capacidade jurídica de formular parcerias. Liquidar todos os débitos pendentes da FMF, organizar campeonatos e torneios competitivos inclusive com torneios ou copas interestaduais envolvendo MT, MS e GO trazendo de volta a velha rivalidade. Implementar um modelo de gestão capaz de valorizar os clubes da capital , interior e as equipes de base. implementar sistema de premiação que se converta em investimentos nos clubes, melhorar a logística dos estádios mato-grossenses, definir critérios justos para os representantes de MT em competições nacionais, terceirizar boa parte da gestão do futebol por empresas de credibilidade nacional, tornar a FMF uma Federação a altura de uma sede da Copa do Mundo... Enfim, definir uma diretoria de homens fortes capazes de nos ajudar a construir uma nova fase do futebol de MT que os números da nossa economia possa refletir no potencial do nosso futebol.
A Gazeta - Qual foi a sua proposta feita ao presidente Carlos Orione para assumir a Federação?
Éder Moraes - Apenas mostramos ao Orione as nossas intenções e como ele é um homem comprometido com o futebol de Mato Grosso obviamente fez a leitura de que seria bom para todos e em especial para FMF que receberá investimentos.
A Gazeta - O senhor não aceitaria concorrer a uma eleição ao fim do mandato do Orione?
Éder Moraes - Ahora é agora, temos que somar as condições do momento atual, quais sejam: Cuiabá sede da Copa do Mundo, investidores que prospectei e estão prontos para ajudar, através da Afam de alguma forma sacudimos o futebol de MT e reanimamos muitos clubes que estavam adormecidos. Aqueles que fazem o futebol de MT sabem que as coisas precisam acontecer agora sob pena de nunca mais recuperarmos o tempo perdido, ou seja, existe um sentimento de união pelo futebol de MT.
A Gazeta - O presidente Carlos Orione não afirmou oficialmente que vai sair. Então o novo presidente só assume após 2014?
Éder Moraes - Eu, Eder Moraes, só aceito esse desafio, como já disse, nesse momento, porque entendo que não podemos deixar o ‘bonde passar’ este é o momento que conseguimos sensibilizar os investidores e isso vai se concretizar em ajuda ao futebol como um todo, esta e uma oportunidade única para o futebol MT acredito que os presidentes de clubes já perceberam isso e não vão deixar aventureiros ou oportunistas sem compromisso com a nossa história administrar a FMF em se concretizando a saída do Orione. 2014 será muito tarde para reagirmos, a bola está na marca do pênalti e eu me apresentei para bater. Porém uma andorinha sozinha não faz verão, chegarmos à presidência da FMF tem que ser consensual com as grandes lideranças do futebol, da política e do meio empresarial.
A Gazeta - Caso a negociação com o Orione não avance, o senhor vai desistir de comandar a FMF?
Éder Moraes - Sim. Desisto.
Éder Moraes - Acho que o Altair Cavaglieri é um lutador, mas representa continuidade do modelo que esta aí. Nosso futebol exige transformações, credibilidade, modernidade, capacidade de investimento. Não podemos viver de migalhas. Espero contar com apoio dele, pois milita no futebol há muito tempo e pode contribuir dentro das suas possibilidades.
A Gazeta - E o João Carlos de Oliveira, que é vice há décadas, continuaria na FMF?
Éder Moraes - Estou avaliando nomes de grandes empresários, políticos e investidores que gostaria de vê-los na minha chapa para que de forma rápida pudéssemos efetivar as transformações que precisamos. Acho que o João Carlos pode nos ajudar muito.
A Gazeta - Como o senhor avalia o fato de Carlos Orione estar no cargo há tanto tempo?
Éder Moraes - Avalio de forma positiva, porque sem ele talvez não chegaríamos ate aqui. Mas agora é hora de mudanças e ele sabe disso.
A Gazeta - O senhor concorda com esse contrato de exclusividade da FMF com a afiliada da TV Globo até 2014? Não é muito pouco? No Paraná, a Federação local vendeu o Campeonato Paranaense 2011 por 4,2 milhões.
Éder Moraes - Não posso emitir um juízo sobre esse contrato com a Globo, não conheço o teor. Mas sou homem que honra contratos, não gosto de fragilizar relações jurídicas constituídas especialmente na forma de contrato. Acredito que podemos na medida em que o campeonato estadual for realmente competitivo e capaz de agregar o público tanto nos estádios como na telinha de sensibilizarmos a direção da TV Centro América para novas conquistas, entretanto respeito e vou continuar respeitando contratos feitos pela gestão anterior. Não podemos causar essa insegurança jurídica.
A Gazeta - Sobre o Dutra. Que planos o senhor tem para o estádio? Concorda com a proposta de o governo comprá-lo e transformá-lo em CT para a Copa?
Éder Moraes - Tenho planos para o Dutra, mas só vou revelá-los caso seja eleito presidente da FMF.
A Gazeta - O senhor concorda com a demolição do Verdão, mesmo sabendo que ele poderia ter sido modernizado para ser um dos CTs da Copa 14?
Éder Moraes - Fui contrário à demolição do Verdão, mas fui voto vencido. O Verdão poderia ser um dos CTs e o novo Estádio construído próximo do Rodoanel na região da Guia, dessa forma a cidade cresceria e automaticamente puxaria esse crescimento para fora dessa zona de colapso central, onde temos que fazer inúmeros investimentos especialmente na questão da mobilidade urbana e também evitaríamos tantas desapropriações. Alem do mais nasceria um novo plano piloto para Cuiabá.
A Gazeta - Com que preocupação o senhor vê as últimas notícias envolvendo os atrasos nas obras para 2014 em Cuiabá?
Éder Moraes - Vamos realizar todos os investimentos necessários, até porque os recursos estão garantidos. Alguns ajustes ocorrerão e tudo caminhará bem.
A Gazeta - Após os problemas nos dois últimos anos, o que mudou na sua relação como presidente da Afam com o Mixto?
Éder Moraes - Fiz o que era necessário para a situação que estava o futebol, especialmente na região metropolitana. Depois disso os clubes como União, Vila Aurora, Operário, Sinop, Barra do Garças se viram na obrigação de investir, ou seja, ‘mexeram o corpo’ precisava um choque de investimento em nomes nacionais que embora não deram o resultado esperado dentro do campo, causaram muitas mudanças nos concorrentes e isso foi bom para o futebol. Sempre cumpri minha palavra com o Mixto e hoje recebem R$ 100 mil mensais de patrocinadores que buscamos, como ajudamos outros clubes também. Tenho uma relação de amor com a torcida mixtense, assim como respeito todos os outros clubes. Com essa imparcialidade que desejo mudar o futebol de MT.
Fonte: Oliveira Junior/A Gazeta
06/03/2011