Ao elencar alguns problemas para a sua irregular passagem pelo Mixto - seis jogos, duas derrotas e quatro empates -, o técnico Roberto Cavalo não deixou de criticar a estrutura do futebol profissional de Mato Grosso. Ao deixar o clube alvinegro num "acordo amigável" com a diretoria da Associação Amantes do Futebol e Amigos do Mixto (Afam) na manhã de ontem, ele classificou o esporte no Estado como competitivo, mas com ausência de responsabilidade por parte da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) e de alguns clubes.
Ele usou como exemplo o atraso de quase uma hora para o início do jogo entre Mixto e Palmeiras, em Primavera do Leste, por falta de médico no estádio, além dos jogadores ficarem expostos à forte chuva que caiu momentos antes da partida.
Roberto Cavalo, que será substituído de forma interina pelo ex-jogador Gaúcho, aumentou suas críticas ao citar ainda a falta de profissionalismo nas equipes, às condições dos estádios e arbitragem.
"O futebol de Mato Grosso precisa crescer muito. Ainda há muita coisa para melhorar, dar condição de trabalho aos profissionais contratados pelo clube. O que o Mixto está fazendo serve de referência para outros times", disse, citando como "incomum" no futebol o fato do Palmeiras do Porto ser dirigido pelo presidente do clube Ezequiel Rosa Gomes "Isso não existe no futebol. É puro amadorismo", frisou.
Quanto ao insucesso no turno do Campeonato Estadual, onde deixa o Mixto na penúltima colocação da Chave B com apenas quatro pontos em 18 disputados, Cavalo afirmou que o curto tempo de preparação foi primordial ao baixo rendimento da equipe nas seis partidas disputadas sob seu comando. Ele diz encarar com naturalidade a sua saída do clube.
"No futebol, principalmente, no Brasil, é normal haver essa troca quando os resultados não aparecem. Mas o curto tempo para um projeto a longo prazo acabou prejudicando todo um planejamento. Tive que correr o risco de contratar jogador da minha confiança fora de forma. Assumo toda a culpa pelo insucesso", disse.
Para finalizar, o treinador ressaltou que está deixando Mato Grosso com as portas abertas.
fonte: Luiz Esmael/A Gazeta
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