Ex-presidente diz que volta ao comando do clube em janeiro. Atual diretoria garante que Pinheiro não tem mais vez na agremiação
O Mixto fez uma campanha pífia nesta temporada. Foi rebaixado no Campeonato Estadual, caiu para a Série D do Campeonato Nacional e esteve envolvido em escândalos como colocar em campo jogadores irregulares. Foram inúmeros vexames. E quando se espera que tudo estivesse resolvido com a volta do time à principal divisão estadual, depois de disputar a Segunda Divisão, o clube, para encerrar o ano, volta a enfrentar turbulência. É que o ex-presidente, que na metade de ano renunciou, diz que volta ao cargo em janeiro. A atual diretoria assegura que isso é impossível. O imbróglio está montado e promete agitar o clube.
Ontem, o suplente de vereador e ex-presidente Júlio Pinheiro agitou o pacato e desmotivado bastidor do futebol mato-grossense ao anunciar que vai reassumir a presidência do clube. Foi o bastante para deixar todo mundo nervoso. O atual presidente, empresário Márcio Pardal, não acredita na possibilidade. E com o apoio da Afam – Associação de Futebol e Amigos do Mixto -, que tem na presidência o secretário de Fazenda, Eder de Moraes, chega a dizer que o ex-presidente deveria ficar quieto e deixar o Mixto em paz.
Irônico, o ex-presidente Júlio Pinheiro diz que volta ao cargo. Diz que seu nome ainda consta como presidente do clube e que está cansado do que chama de ‘oba-oba’ que cerca o clube. “Querem se promover com o nome do Mixto e até agora de concreto, nada. Se eu estivesse na presidência, o Mixto não seria rebaixado para a Série D do Campeonato Brasileiro e sim estaria é classificado para disputar a Série B”, diz, se esquecendo de que em sua administração o time conseguiu cair para a Segunda Divisão estadual.
Disposto a brigar até o fim para voltar a comandar o clube, o ex-dirigente lembrou que quando assumiu no segundo semestre de 2007 O Mixto estava com três folhas em atraso e várias ações na Justiça, além de estar há 11 anos sem ganhar um título estadual. “Assumi com a cara e a coragem. Regularizei a folha, negociei as dívidas e, o que é mais importante, ganhei o título estadual para o Mixto”, diz com um sorriso largo.
Na avaliação de Pinheiro, o grupo denominado ‘Associação de Futebol e Amigos do Mixto - Afam’ só quer se promover e não fez nada de concreto para o clube. Diz ainda que continua recebendo intimação em nome do clube e por isso pretende reassumir a presidência. “Vou convidar o ex-presidente Reginaldo Amorim para formarmos um clube forte e competitivo para a próxima temporada e o técnico Arildo Berdun está no meu projeto, pois foi ele quem ganhou o título para nós”, explicou.
Reação rápida - O atual presidente, empresário Márcio Pardal, recebeu com espanto a notícia de que Júlio Pinheiro pretende reassumir a presidência em janeiro. Depois de algumas ligações para mixtenses históricos e para o presidente da Afam, Eder Moraes, foi ao ataque contra o ex-presidente. “Ele está equivocado e apenas querendo aparecer. “A língua não tem osso e todos têm o direito de expressar o que quiser”, contra-atacou em tom ríspido. E completou: “Não sei o que o Júlio pretende com isso. Ele, mais do que ninguém, tem conhecimento da realidade do clube. Pode dizer o que quiser, mas acredito que ele não tem direito a reassumir a presidência, pois assinou uma carta-renúncia que está registrada em cartório”, esclareceu.
O também ex-presidente Fabinho Pinto disse desconhecer até que ponto vai a razão de Júlio Pinheiro para reivindicar o cargo de volta. “Não sei até onde ele tem essa razão, mas é bom deixar ele reivindicar o cargo. Se estiver com vontade de presidir o Mixto, é porque está em condições de assumir as responsabilidades e se é para o bem do clube, que assuma”, comentou.
fonte: Jonas Jozino e Admar Portugal/ Diário de Cuiabá
mixto, misto, mixto esporte clube, mixto net