Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - O anúncio das 12 cidades-sede do Brasil que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014, domingo, deu início ao desafio de modernizar as arenas esportivas do país nos próximos cinco anos. O custo inicial é de R$ 5,7 bilhões. Nessa conta, estão incluídos apenas investimentos na construção ou na reforma de estádios. O valor será custeado pelo governo federal, além de estados e municípios, e parcerias com a iniciativa privada. Confirmado, o Maracanã será o palco da decisão da Copa, repetindo o que ocorreu no Mundial de 1950, apesar de a Fifa não ter anunciado o estádio carioca oficialmente como o palco da decisão do Mundial.
– O nosso desafio é fazer com que a nossa Cidade Maravilhosa tenha um papel central durante o evento – avalia o prefeito Eduardo Paes. – O anúncio só faz aumentar o nosso entusiasmo para continuarmos lutando para que o centro de mídia e a sede da Fifa fiquem aqui e para que a grande final seja no Maracanã. Tenho certeza de que o Rio de Janeiro será o grande protagonista da Copa. Não mediremos esforços para isso. Ainda como secretário estadual de Esportes, fui responsável pelo projeto do novo Maracanã, que vai transformar o estádio mais charmoso do mundo num dos mais modernos do planeta. E, agora, como prefeito, garanto que, em parceria com o estado, vamos fazer todo o dever de casa, com investimentos em áreas como transporte e urbanismo. O Rio será o cenário perfeito. O resto ficará por conta da nossa Seleção.
Das previsões iniciais de investimento, o custo mais elevado até agora é do Mineirão, que prevê obras iniciais de R$ 2 bilhões, incluindo o complexo e o entorno do estádio. O estádio pertence ao governo de Minas. O menor investimento será no Beira-Rio, de posse do Internacional: cerca de R$ 120 milhões.
Na hora do anúncio das 12 sedes, feito pela Fifa, por volta das 15h30, direto de Nassau, nas Bahamas, uma festa espalhou-se por diversos estádios do país. No Maracanã, ícones como Zagallo posaram com bandeiras verde-amarelas. No campo, crianças desfilaram com o brasão nacional. Uma gigantesca camisa tomou conta do gramado. Pelo telão, antes do jogo entre Flamengo e Atlético Paranaense, a imagem do anúncio feito pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao vivo. Em Salvador, Ivete Sangalo comandou a comemoração pela escolha da capital baiana.
Cuiabá e Manaus foram as surpresas da lista das 12 cidades brasileiras que serão sedes da Copa. A lista saiu 19 meses depois da escolha do Brasil como país-sede do Mundial de 2014. As outras 10 cidades confirmadas são: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal. Ficaram fora, Florianópolis, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco e Belém.
Um cuidadoso estudo técnico foi o critério utilizado pelo grupo da Fifa para escolher as sedes eleitas. Durante 19 meses ocorreram várias reuniões pelo mundo afora, duas visitas de delegados da Fifa ao Brasil, e centenas de ligações telefônicas. Além do estudo técnico da entidade, pesou a opinião de Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, que foi consultado antes dos cortes.
Com a decisão, as cidades escolhidas serão convocadas por Teixeira para uma reunião na sede da entidade, nos dias 8, 9 e 10 de junho, cuja pauta serão os estádios.
Fim de 23 anos de ostracismo
Durante o anúncio da sede em Manaus, Joseph Blatter confessou que a cidade foi a grande dúvida, mas acabou sendo escolhida pela sua importância na região amazônica. Das 12 eleitas pela Fifa, pelo menos duas delas não têm um clube na primeira divisão desde 1986. Casos de Manaus com o Nacional-AM e de Cuiabá com o Operário-MT. Hoje o Mato Grosso tem Luverdense e Mixto na Série C. Em contrapartida, o Amazonas conta apenas com o Nacional, na recém-criada Série D. Mas, com a escolha, os dois estados voltam a ter os holofotes voltados para si, após 23 anos de esquecimento. Das outras 10 sedes selecionadas, apenas três não têm representantes na Série A. Casos de Natal, Brasília e Fortaleza, que possuem clubes na Segundona.
Cidades excluídas de jogos da Copa terão a chance de participar do Mundial, disse o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como centro de treinamento das seleções, por exemplo. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, afirmou que o estado foi vítima de preconceito da CBF. Em Campo Grande, a reação não foi diferente. O prefeito Nelson Trad Filho disse que vai pedir explicações à Fifa.
fonte: Jornal do Brasil