Tenho 48 anos dos quais 40 passei em Cuiabá e na minha juventude, com 15 anos, estudava na Escola Técnica Federal e meu professor de Educação Física era o Natanael, mais conhecido como Nato, ex-jogador do Mixto e na época era o preparador físico do Alvinegro. Uma vez por semana nós jogávamos futebol e o nosso desejo de menino era que o professor nos observasse e nos convidasse para jogar futebol na base do Mixto. Aliás, tínhamos um colega de escola chamado Vinícius que aos 17 anos já atuava no time profissional do Tigre e por isso era admirado dentro da escola. O sonho de todo menino cuiabano era jogar no Mixto, no Dom Bosco ou no Operário.
Hoje jogar nestes clubes, mesmo que na base, deixou de ser um desejo, a molecada só quer saber de sair do estado e tentar a sorte em outros centros.
Esse fator é muito nocivo ao nosso combalido futebol, pois os clubes deixam de formar atletas, e como consequência montam equipes com jogadores de fora, que além de custarem muito mais não possuem identidade alguma com as nossas agremiações.
E talento é o que não falta. Vou escalar uma equipe de jogadores oriundos de Mato Grosso que hoje estão em clubes da série A.
1 - Goleiro – Fávio (Cruzeiro)
2 - Lateral direito – Jean Patrick (Vasco)
3 - Zagueiro – Rafael Toloi (São Paulo)
4 - Zagueiro – Jakson (Palmeiras)
5 - Zagueiro – Ferrom (Figueirense)
6 - Lateral esquerdo – Natanael (Atlético Paranaense)
7 – Atacante - Marcos Aurélio (Coritiba) – em fase final de acerto
8 - Médio volante – Nilton (Internacional)
9 - Atacante – Jael (Joinvile)
10 - Meia – Valdívia (Internacional)
11 - Atacante – Everton (Flamengo)
Estes talentos e tantos outros que estão em clubes da série B ou ainda na base de grandes times espalhados pelo País saíram jovens, sem quase terem atuado pelos nossos clubes. Não retemos nossos talentos por falta de estrutura e principalmente de perspectivas de sucesso e longevidade no futebol.
Esse dilema passa por uma palavra, “Organização” e neste quesito tanto nossa federação quanto nossos clubes deixam muito a desejar.
Que o Mato-Grossense ama futebol todos sabem, e quando Cuiabá era uma cidade muito menor do que hoje o estádio recebia grandes públicos. Atualmente com uma população próxima de um milhão de habitantes na Grande Cuiabá, não temos nem 1% frequentando assiduamente os nossos estádios.
É hora dos nossos clubes tradicionais, principalmente o Mixto, repensar seu futuro, se estruturar e principalmente compor sua diretoria com pessoas capacitadas e por consequência ser gerido tendo como base um planejamento estratégico. Isso para que o clube não desapareça e que maior torcida do estado volte a sorrir e encher os estádios.
Por Enio Marcelo Castilho.
Integrande do Conselho Deliberativo do Mixto e Gestor em Marketing da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso - FIEMT
eniocastilho.mt@gmail.com
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